Para este ano, a previsão é de R$ 13,3 bilhões, ao passo que em 2022 foram R$ 15,6 bilhões
O setor do agronegócio brasileiro terá redução de 14% no orçamento para 2023. Conforme o PLOA (Projeto de Lei Orçamentária Anual) enviado ao Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), a previsão é de um montante de R$ 13,3 bilhões, ao passo que no ano passado foram R$ 15,6 bilhões. A diferença entre um valor e outro é de R$ 2,3 bilhões a menos.
Dos R$ 19,4 bilhões que seriam usados para o pagamento das emendas de relator, uma parte foi repassada para cinco ministérios. No caso do setor da agricultura serão R$ 416 milhões.
A redução no orçamento tem preocupado produtores e representantes do setor em Mato Grosso do Sul, que se destaca como potência da área, tanto na produção de grãos quanto na pecuária de corte. Entretanto entre os atuantes do setor, há quem aguarde decisões mais concretas, como é o caso do presidente do Sindicato Rural de Anaurilândia, Luciano Pompílio Brescansin.
“Estamos aguardando, creio que o novo ministro da Agricultura continue com o trabalho do anterior, até porque é do agro também, mas temos de aguardar pra ver para onde vai a política do novo governante. Se eles fizerem o que foi feito nos mandatos anteriores, creio que vai fomentar os investimentos”, relata o representante do município sul-mato-grossense.
Divergências
Com um início de ano conturbado, tendo como principal motivo a mudança de gestão no país, as transições têm inflamado o cenário. Exemplo disso é o “desmanche” do Mapa (Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento) com algumas secretarias sendo transferidas para pastas como a de Meio Ambiente e de Desenvolvimento Agrário.
Exaltando os ânimos, no início desta semana, durante um pronunciamento na Câmara dos Deputados, o deputado federal de Curitiba (PR) Pedro Lupion (PP) afirmou estar muito preocupado com a situação, se referindo a um investimento de apenas R$ 1,5 bilhão para o agronegócio. “Esse valor não paga nem metade do seguro agrícola que nós precisamos quem dirá o Plano Safra. É uma falta de respeito total com nosso setor que gera emprego, oportunidade, renda e com os produtores rurais e suas famílias.”
Contudo, tais valores não foram confirmados pelos órgãos oficiais do governo como se tratando de parte do montante referido ao Mapa.
Em fevereiro, o deputado irá assumir a presidência da FPA (Frente Parlamentar da Agropecuária) e informa que irá trabalhar na CMO (Comissão Mista de Orçamento) e no plenário do Congresso Nacional para mudar a situação.
“Estamos com a faca no peito, preocupados com a regulação do agro, com o direito de propriedade, com o nosso setor que pode ser frontalmente atacado no novo governo. Será preciso união e coesão, que a nossa FPA já demonstrou em diversas ocasiões para vencermos os desafios e defendermos, de maneira intransigente, o agro brasileiro”, concluiu Lupion.
Em Mato Grosso do Sul, a Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul) disse que não vai se pronunciar sobre o assunto, por ser valor especulativo. PIB
A projeção para o PIB (Produto Interno Bruto) de Mato Grosso do Sul apresentou um salto em 2022, ficando com valor nominal de aproximadamente R$ 155 milhões, se destacando como um dos maiores crescimentos entre os estados brasileiros. Quando comparado a 2014 demonstra um aumento significativo, de 97%, momento em que o PIB atingiu R$ 78,9 bilhões. O resultado foi apurado em dezembro de 2022 pela Semagro, atual Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), considerando números oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística). O crescimento para o ano de 2022 ficou em 8,8%. LSPA (Levantamento Sistemático da Produção Agrícola) do IBGE aponta que, entre os estados brasileiros, MS aparece como 5º maior produtor nacional de grãos, com 8,3%.
Evelyn Thamaris e Marina Romualdo– Jornal O Estado do MS.
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