Programa social já emitiu mais de 50 carteiras de habilitação

Programa
Foto: Nilson Figueiredo

Próxima chamada deve acontecer em maio, para candidatos contemplados na cidade de Dourados.

O programa CNH MS Social foi lançado em 2022, com o objetivo de conceder a carteira de habilitação de forma gratuita para pessoas em situação de vulnerabilidade social. Desde então, aproximadamente 53 processos já foram finalizados e os documentos foram entregues. Dos 1.900 beneficiários convocados, cerca de 87% seguem dentro do processo, tanto em aulas teóricas quanto em aulas práticas. 

De acordo com a coordenadora do programa, Priscila Miyahira Borges, dos quase 60 mil inscritos, foram classificados cinco mil, desses, foram convocados 50%, aproximadamente 2.500 candidatos, porém, nem todos os convocados pelo edital compareceram à agência, para iniciar o processo. 

“Atualmente, temos pouco mais de 1.900 processos em andamento, desses, 87% cento já nas autoescolas, sendo 60% na parte teórica e 27% na parte prática. Nós temos a previsão de fazer uma nova convocação. Fazemos a convocação por regionais do Estado, a próxima deve ser em meados de maio, de aproximadamente mais 800 pessoas, da regional de Dourados. O restante do Estado, que ainda não foi convocado, nós vamos fazer as convocações, mas temos que controlar a demanda, para não sobrecarregar o sistema e atendê-los dentro das possibilidades”, disse Priscila. 

Entre os candidatos beneficiados pelo programa, está a autônoma Paolla de Oliveira, 38 anos, que conseguiu realizar o sonho da primeira habilitação, com a ajuda do CNH MS Social. Ela conta que sempre achou importante poder ter a autonomia de pilotar e dirigir, porém, o valor para conseguir era inviável para ela, então, quando viu as inscrições abertas, ela não pensou duas vezes para se matricular.

Ela frisa que a principal decisão foi por causa do seu trabalho, que consiste em confecções e entregas de cestas café da manhã. “Eu sempre quis poder ter a autonomia para trabalhar e não precisar depender de outras pessoas, para fazer as minhas entregas. Eu até achei que seria mais difícil fazer a inscrição, mas não foi, fiz pelo celular mesmo e deu certo”, conta Paolla. 

Outro ponto observado por ela foi o nervosismo, na hora de realizar a prova prática. Ela nunca tinha pilotado e precisava tirar carteira na categoria A. “As aulas teóricas tirei de letra, não achei tão difícil. Mas nas práticas tive mais dificuldade, peguei tudo do início. Os instrutores foram maravilhosos, tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas. Dias de chuvas, de sol forte. Eu estava lá, na pista do Detran, atravessava a cidade para fazer as aulas práticas, mas valeu a pena cada sacrifício. Eu consegui, passei em todas as etapas desde o início, não reprovei em nada”, completa Oliveira. 

A coordenadora do projeto explica, ainda, que os primeiros processos iniciaram no mês de setembro de 2022, e os beneficiários têm o prazo de um ano para terminá- -lo, independente de em qual parte do processo ele esteja. “Em Campo Grande, o início foi em novembro, outros iniciaram agora, em fevereiro. Então, mesmo que ele esteja parado em alguma etapa, ele tem esse prazo para finalizar. Agora, ainda não é possível dimensionar como estão as etapas. Então, só é considerado desistência se, após um ano, o candidato não conseguir concluir” destacou Miyahira. 

Na primeira etapa de convocações, dos 2.500 candidatos, alguns não compareceram na data de convocação, nem na primeira e nem na segunda chamada, o que fez com que fossem desclassificados. 

Priscila afirma que, como o programa é novo no Estado, a equipe ainda não tinha um parâmetro para comparar. “O que a gente tinha, assim, de expectativa, eram dados, às vezes, de outros Estados, então, analisando esses dados, de outros Estados, está dentro do esperado. Mas, só vamos conseguir dimensionar, de fato, em meados de 2024, provavelmente, porque é quando teremos todas as pessoas finalizando, desse edital, porque estou fazendo as convocações e aí eu vou ter um ano em que todo mundo que concluiu vamos conseguir fazer uma avaliação geral”, contou. 

Considerando que no processo de retirada, cada CNH tem o custo médio de R$ 3,2 mil, serão investidos cerca de R$ 16 milhões. Todo o processo de habilitação, incluindo gastos com a autoescola (aulas teóricas e práticas) e até o recolhimento das taxas do órgão de trânsito são custeadas pelo governo do Estado. 

Por Camila Farias – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

Confira mais notícias na edição impressa do Jornal O Estado do MS.

 

Acesse as redes sociais do O Estado Online no Facebook Instagram.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *