Em MS, 1 milhão de pessoas estão no ‘vermelho’, aponta Serasa

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Foto: Valentin Manieri/Jornal O Estado Online

Mato Grosso do Sul é o 6° Estado que tem mais pessoas inadimplentes 

O número de pessoas inadimplentes em Mato Grosso do Sul é de 1.016.531, segundo os dados da Serasa. Com isso, o Estado é considerado o 6° que tem mais pessoas com contas em atraso. A quantidade de inadimplentes equivale a 48,03% de toda a população e as dívidas referentes ao mês de março atingiram o valor de R$ R$ 5 bilhões. O ticket médio de dívidas por pessoa é de R$ 5.014,62. 

Deste total, 401.521 pessoas são de Campo Grande e estão inadimplentes com as dívidas, que contabilizam R$ 2.312.475.356,12, com o ticket médio por inadimplente chega a R$ 5.759,29. As dívidas de banco, cartão de crédito são os maiores registros de inadimplência do endividamento. 

Os Estados com o maior número de pessoas inadimplentes são: Rio de Janeiro (52,65%), Amapá (52,44%), Amazonas (53,32%), Distrito Federal (51,13%) e Mato Grosso (50,22%). 

Já no Brasil, são 70,71 milhões de inadimplentes e a média chega a 43,43%. O valor total é de R$ 334.5 bilhões, com valor médio por pessoa de R$ 4.731,62. 

De acordo com o economista Enrique Duarte, o cenário é negativo para a economia do Estado. “Para a economia, é um aspecto negativo dispor de quase metade da população sem acesso a créditos, o que restringe seu poder de consumo, pela falta de acesso a crédito. Daí a necessidade em se encontrar uma saída para esta situação, porque interessa a todos, ao credor, que poderá continuar com seu cliente e para o devedor, que pode ter linhas de crédito mais vantajosas”, destacou. 

Ainda de acordo com o profissional, uma das alternativas é aproveitar as negociações da própria Serasa.

“Uma das ferramentas é a renegociação que a própria Serasa promove. Desse encontro, na maioria dos casos, tanto credor e devedor saem satisfeitos, o devedor consegue diminuir o volume da sua dívida, mediante o pagamento de juros menores e o devedor, porque receberá o pagamento pelo atraso, assim como a própria economia, porque terão novos consumidores com poder de compra, pelo simples fato do barateamento do crédito, a partir da renegociação das dívidas”, ressaltou.

Dívidas

Conforme detalha Enrique, os juros a 13,75% é um dos principais responsáveis pela inadimplência, além da alta informalidade e os efeitos da pandemia. 

“Um dos vilões apontados pela Serasa do atraso do pagamento é o cartão de crédito, que tem os juros mais elevados. Com a falta de pagamento em dia, desta linha de crédito, os juros disparam e, em alguns casos, é difícil até encontrar uma explicação estritamente técnica, para justificar as altíssimas taxas de juros cobradas no país”, finalizou.

Regularização

Para evitar a inadimplência e realizar a regularização das dívidas, a Serasa organizou quatro dicas para quem quiser sair do vermelho. 

1 – Faça um planejamento financeiro: quando o assunto é lidar com dinheiro, a primeira dica sempre é se planejar. É preciso organizar os gastos, saiba o que é fixo e exclusivo do cartão de crédito e administre os gastos que aparecem no cotidiano. 

2 – Pague o valor total da fatura: quando você deixa de pagar o valor integral, entra no rotativo do cartão de crédito, que tem os juros mais altos, podendo chegar a 14%, ao mês. Quando você chega neste momento, é quando as coisas saíram do controle. Se você diminuir seu limite para um valor que você pode pagar, as chances de não conseguir quitar o valor total da fatura é bem menor. 

3 – Procure cartões sem anuidade: a anuidade é uma taxa cobrada pelo banco ou instituição financeira, pelo uso do cartão. Muitas empresas fazem essa cobrança mesmo sem você usar o cartão e descontam o valor direto na fatura. Isso é um dinheiro mal gasto. Atualmente, temos alternativas para nos livrar da anuidade, como cartões de crédito sem taxa ou aqueles que apenas cobram dependendo do valor gasto, no mês. 

4 – Defina a data de vencimento próxima ao dia do salário: coloque a data de vencimento do seu cartão de crédito para próximo da data que você recebe seu salário. Assim, você evita possíveis atrasos e multas. Com o vencimento perto do dia que cai seu salário, você acaba se organizando para usar o dinheiro como prioridade para pagar a fatura.

Por Marina Romualdo  – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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