Imasul confirma denúncia do Jornal O Estado e encontra desvio clandestino no Rio São Domingos

Empresários alertam que trechos do rio estão secos e estiagem prejudica o meio ambiente - Foto: Nilson Figueiredo
Empresários alertam que trechos do rio estão secos e estiagem prejudica o meio ambiente - Foto: Nilson Figueiredo

Equipes investigaram as causas da falta de água que afeta frigoríficos de tilápia em Itaporã

 

Desde o início desta semana, o Jornal O Estado está denunciando a falta de água no Rio São Domingos, no município de Itaporã. A visita da equipe de reportagem no local constatou a reivindicação de empresários da região que acumulam prejuízos com a redução dos recursos hídricos e temem pela demissão de funcionários.

Em nota oficial, o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) confirmou que a equipe de fiscalização, coordenada pelo gerente de Recursos Hídricos, Leonardo Sampaio, esteve na quarta-feira (8) na região e realizou verificações nas operações de usuários regularizados e buscas por possíveis captações ou derivações clandestinas.

Como resultado, foi identificado um bombeamento irregular, que teve sua bomba retirada do rio, e um desvio clandestino, cujo canal foi imediatamente lacrado, eliminando o uso irregular de água no local.
No entanto, o Imasul também reforçou que a bacia do rio São Domingos, assim como toda a bacia do rio Dourados, enfrenta um déficit de precipitação há meses, o que tem reduzido significativamente as vazões nos corpos d’água da região.

“Essa situação impacta diretamente a disponibilidade hídrica, exigindo que os usuários se adaptem à realidade apresentada. O Imasul segue monitorando de perto a situação para garantir o acesso justo à água e promover o uso racional dos recursos hídricos, assegurando a preservação e a sustentabilidade das bacias da região”, informou o Instituto.

A diretoria do frigorífico afirma à equipe de reportagem que o canal de abastecimento voltou a receber o recurso. Apesar de estarem mais aliviados com a resolução, a empresa pede por conscientização a todos que usufruem de recursos naturais.

“Sabemos que a nossa situação não vai regularizar por completo, inclusive por causa da seca. Mas se todo mundo for consciente, se todos utilizarem a água conscientemente ou de acordo com as licenças, condições como essa não voltarão a ocorrer”.

Foto: Nilson Figueiredo

Seca histórica

Conforme noticiado anteriormente, a falta de água já comprometeu o funcionamento do frigorífico Mar & Terra, uma das principais empresas da região.

Com 65 tanques distribuídos em três fazendas (Mar & Terra, Só Peixes e São Lucas), a empresa enfrenta uma redução drástica no nível dos tanques, que já baixaram mais de 1 metro em profundidade. Sem reposição de água nos tanques, que dependem diretamente do abastecimento dos rios, a qualidade da água se deteriora, resultando na morte de peixes e comprometendo a produção.

“O peixe está acumulando dejetos, a água não está entrando limpa, e isso prejudica toda a cadeia”, afirmou a diretoria da empresa.

Atualmente, o frigorífico emprega diretamente 500 pessoas e sustenta mais de 500 empregos indiretos em setores como transporte, fábricas de ração e fornecedores de alevinos. A paralisação da produção ameaça demitir esses trabalhadores, o que impactaria drasticamente no comércio e na economia da cidade.

 

Por Michelly Perez e Ana Cavalcante

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