Após acordo trabalhista, paraguaios resgatados em lavoura de mandioca retornarão ao país de origem

Empregadores de Nova Andradina firmaram TAC após denúncias de condições degradantes

Seis trabalhadores paraguaios que haviam sido encontrados em condições degradantes durante a colheita de mandioca em Nova Andradina retornarão ao país de origem após a assinatura de um TAC (Termo de Ajuste de Conduta) por dois empregadores rurais. O acordo foi firmado após a constatação de irregularidades trabalhistas e da situação precária em que o grupo — entre eles dois adolescentes — vivia enquanto atuava em um assentamento do Distrito de Nova Casa Verde.

A atuação começou quando a Polícia Militar identificou o grupo trabalhando sem registro, sem EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e recebendo remuneração inferior à de brasileiros na mesma função. No alojamento, agentes encontraram sujeira acumulada, colchões no chão, ausência de banheiro, falta de ventilação e nenhuma estrutura mínima de saneamento. Os próprios trabalhadores relataram que precisavam improvisar buracos no mato para necessidades fisiológicas.

Após a denúncia, o caso chegou à Polícia Federal e foi encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, que firmou o TAC com os empregadores. Pelo acordo, eles se comprometeram a cumprir diversas obrigações legais, como registro formal dos contratados, proibição de contratar menores em atividades insalubres ou perigosas, oferta gratuita de EPIs e garantia de locais adequados para refeição e descanso.

Além disso, um dos empregadores pagou R$1,5 mil em verbas salariais a cada trabalhador e destinou R$4,3 mil para custear o transporte do grupo, tanto a viagem de chegada ao Brasil quanto o retorno ao Paraguai. O TAC prevê ainda multa de R$5 mil por cada obrigação descumprida.

O caso integra um cenário mais amplo registrado em Mato Grosso do Sul: somente entre janeiro e setembro deste ano, 104 trabalhadores foram resgatados de condições análogas às de escravidão no campo, sendo 71 deles paraguaios.

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