‘Musicais em Cena’ celebra os sucessos do teatro mundial

Studio Bernobic apresenta espetáculo para celebrar os maiores sucessos do teatro musical mundial

Neste sábado (6), o Studio Bernobic estreia sua aguardada produção de 2025: Musicais em Cena. A superprodução é elaborada para celebrar alguns dos maiores sucessos do teatro musical mundial. A apresentação será realizada no Teatro Allan Kardec, e reúne artistas, estudantes e apaixonados pelo teatro musical em uma noite única, que promete encantar o público de todas as idades.

O estúdio é especializado em aulas de canto e técnica vocal; belting e popular; e ministra curso de pedagogia e metodologia para professores de canto. No espetáculo deste ano, as apresentações serão voltadas para histórias, personagens e canções que marcaram gerações, reunindo trechos de obras icônicas como Wicked, O Rei Leão, Dear Evan Hansen, Waitress, O Corcunda de Notre Dame, Jesus Cristo Superstar, Miss Saigon, O Rei do Show, Grease e um tributo especial ao Queen.

Além disso, o espetáculo apresenta uma diversidade estética e musical, que atravessa diferentes décadas, estilos e narrativas, sempre com o toque artístico e sensível característico do estúdio.

Quem

A direção artística de Fábio Bernobic, o espetáculo destaca a construção de cenas que unem técnica, emoção e criatividade. Cada número foi concebido para transportar o público ao universo original dos musicais, oferecendo uma experiência imersiva que valoriza tanto a força das músicas quanto a interpretação dos performers.

Para o Jornal O Estado, o diretor comentou que o processo de escolha das obras que compõem “Musicais em Cena 2025”, o diretor explica que a curadoria nasce de uma combinação entre renovação, equilíbrio e surpresa. “O processo é variado. Pensamos em músicas que não tiveram em outras edições. Selecionamos alguns duetos, uma música só com homens, uma música só com mulheres, várias músicas que têm coro. Uma tradição nossa é pensar numa música icônica pra ficar guardada caso o público peça um bis para surpreender o público”, afirma.

Ao falar sobre o equilíbrio entre técnica e emoção na direção artística, Fábio destaca que, no teatro musical, esses elementos são inseparáveis. “No teatro musical a música não é trilha sonora, ela é a fala do personagem, e assim como no teatro tradicional, essa fala tem que ser entregue com a emoção que o texto quer passar”, afirma. Para ele, é justamente essa fusão entre interpretação e musicalidade que torna cada número verdadeiramente imersivo.

Do voo mágico de Wicked, passando pela intensidade dramática de Miss Saigon e pela força espiritual de Jesus Cristo Superstar, até a energia contagiante de Grease e o espetáculo pop de Queen, a montagem oferece um panorama amplo do teatro musical — respeitando a essência de cada obra enquanto imprime identidade própria em cada cena.

Sobre os desafios de adaptar universos tão diferentes dentro de um espetáculo compilado, Fábio explica que a complexidade está menos na escolha de um musical específico e mais na essência da proposta. “Como é um compilado, nosso foco maior é nas músicas. O desafio é trazer os elementos cênicos certos de tantos momentos marcantes sem trazer os cenários completos”, afirma. Para ele, o equilíbrio entre síntese e fidelidade é o que permite recriar a força desses grandes clássicos no palco.

Fotos: Redes sociais

Nos palcos e na sala de aula

Há 10 anos como cantora e há cinco como profissional, Juliana Araújo Gomes hoje é formada em Licenciatura em Educação Musical pela UFMS (Universidade Federal do Mato Grosso do Sul). Há dois anos ela começou o contato na música e técnica vocal de teatro musical com Fábio. Ao comentar o desafio de interpretar personagens de universos tão distintos quanto Wicked e Grease, a atriz destaca que a transição entre essas estéticas exige disciplina, precisão e entrega. “Cada peça é muito distinta entre si, tem universos e histórias completamente diferentes. E o processo de transitar entre essas estéticas é, para mim, pessoalmente, um trabalho muito técnico e de performance”, explica. Ela reforça que o domínio vocal é a base de tudo: “Nos solos a gente canta de uma forma e cada solo pede uma técnica diferente… cada solista treinou bastante, um ano inteiro, às vezes por mais de um ano, aquela canção e aquela técnica necessária”. Ao mesmo tempo, a responsabilidade se estende ao trabalho coletivo: “Ao mesmo tempo que nós somos solistas, nós também somos coro”. A atriz cita seu próprio número como exemplo de longa preparação: “A parte de Wicked, ‘Desafiar a Gravidade’, eu treino há quase dois anos”. como transitar entre essas estéticas para que tudo fique bonito e natural para nós”.

A atriz conta que o maior desafio está justamente no momento do solo, especialmente em “Desafiar a Gravidade”, de Wicked. “Para mim, sem dúvidas, o momento mais desafiador é a interpretação de ‘Desafiar a Gravidade’, porque é uma peça difícil tecnicamente e tem uma história densa por trás”, afirma. Ela explica que precisa construir internamente todo o arco da personagem para transmitir isso em uma única música. “É difícil manter a técnica, controlar as emoções que vão surgir e conseguir entregar uma boa interpretação”.

Ao falar sobre o que deseja despertar no público, Juliana destaca que o espetáculo foi concebido para provocar emoção em múltiplas camadas. “Eu espero, sinceramente, que as pessoas consigam acompanhar a emoção de cada peça… que consigam imergir em cada cena e sentir o que ela propõe”, afirma. Ela ressalta que essa experiência é construída coletivamente, entre palco e plateia: “A gente espera que todos nós — artistas e público — consigamos sentir tudo juntos, cada um com seu repertório emocional, entrando na proposta de cada cena”.

Para Patricia Inês Marques Figueiró, integrante há três anos do coral, irá interpretar uma música do Corcunda de Notredame. “Umas das que me tocam profundamente, pois traz a cena da oração da cigana Esmeralda por seu povo. Enquanto o mundo pede por fama, riqueza, glória e por interesses próprios, a personagem não pede nada para ela, mas que Deus tenha misericórdia de seu povo. Mesmo sem ela ter a certeza de que Deus vai ouvi-la, ela clama, pois sabe que só Deus pode ajudá-los.

Sobre como lida com a variação emocional entre cenas intensas e momentos de pura energia, a atriz explica que o processo começa na técnica, mas se completa na entrega sensível ao material. “Depois de estudar a técnica, ouço repetidamente a música para que eu possa permitir que meu corpo vá incorporando aos poucos aquilo que ela diz, o que seu ritmo transmite”, afirma. Para ela, essa repetição cria um estado de fluidez que garante a verdade de cada transição: “Assim, a entrega a cada música acontece de forma natural”.

Ao refletir sobre o que leva deste processo para os próximos trabalhos, a atriz destaca o quanto o espetáculo ampliou suas capacidades técnicas e emocionais. “Além das músicas de musicais geralmente nos exigirem mais do que as outras, tecnicamente falando, a emoção que precisamos colocar em cada canção é um grande desafio para mim”, afirma. Ela reforça que esse aprendizado vai muito além desta edição: “Com certeza levarei comigo essa experiência para as futuras interpretações”, finaliza.

Com duração aproximada de uma hora e meia, o espetáculo promete arrancar aplausos e proporcionar momentos de intensa conexão entre palco e plateia — seja pela nostalgia, pela força dramática ou pela vibração dos grandes clássicos reinterpretados.

Serviço: O Musicais em Cena será realizado no sábado (6), às 20h, no Teatro Allan Kardec (Avenida América, 653). Ingressos disponíveis no Sympla: https://www.sympla.com.br/evento/musicais-em-cena-2025/3181035

 

Por Carolina Rampi

 

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