Não é de hoje que Mato Grosso do Sul é considerado “rota” para o tráfico de droga nacional e internacional, isso porque o Estado tem mais de 1,5 quilômetro de fronteira seca com dois países que são produtores de entorpecentes, como o Paraguai, maior produtor de maconha do mundo e a Bolívia, terceiro, em produção de cocaína.
Segundo o delegado-geral da PCMS (Polícia Civil de Mato Grosso do Sul), Roberto Gurgel, MS, como um todo, é um ponto estratégico, mas não só para os traficantes, para as forças de segurança, também. Inclusive, ele afirma que a polícia do Estado trabalha pelo país e por outras nações.
“A polícia de MS faz um trabalho para todo o país e para o mundo, porque toda a droga que é apreendida no Estado não tem como destino final o Estado, uma parte muito pequena é destinada para Mato Grosso do Sul. A grande parte é para os grandes centros brasileiros, como essa droga também seria exportada para outros países, seja para América do Norte, para Ásia, mas, principalmente, Europa. Então, é extremamente importante essa análise de forma mais macro, do que apenas de maneira pontual do Estado como uma rota de drogas”, afirmou.
Conforme dados da Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública), neste ano, de 1º de abril a 5 de maio, as forças policiais já apreenderam mais de sete toneladas, somente de cocaína. Se comparamos os quatro primeiros meses deste ano com os do ano passado, o aumento é de quase 30%. Foram apreendidos, em 2022, de janeiro a abril, 5,3 toneladas, enquanto que em 2023 chegou a 6,9 toneladas de cocaína.
Em relação à maconha, entorpecente mais apreendido, o número já ultrapassa 89 toneladas, neste ano. Entretanto, a quantidade foi 40% menor do que a apreendida no ano passado, quando ultrapassou os 131 mil quilos de maconha. Ao todo, foram mais de 500 toneladas.
Capital na rota
Além da região de fronteira, Campo Grande também tem se destacado como rota do tráfico de drogas. Segundo balanço da Sejusp, de 1º de janeiro a 30 de abril, as apreensões de cocaína aumentaram em mais de 30% na Capital, em comparação com o mesmo período do ano passado, porcentagem maior que no Estado. Neste ano, foram 1.988 quilos, enquanto que em 2022 foram 1.501 quilos de cocaína apreendidos.
Na Capital, a quantidade de maconha apreendida também é maior que a de cocaína. Ainda de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, a quantidade apreendida, neste ano, é de 4,6 toneladas de maconha.
Por Rafaela Alves – Jornal O Estado do MS.
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