Auxiliando na pulverização, drones impulsionam 15% os resultados no campo

Foto: Sindicato Rural
Foto: Sindicato Rural

Usado na aplicação de produtos químicos em plantações, o equipamento traz mais vantagens sobre os aviões

Os diversos recursos tecnológicos que o drone possui vem fazendo desta ferramenta, um grande aliado para muitos produtores rurais em Mato Grosso do Sul. Uma das principais funções do equipamento na agricultura é principalmente no processo de pulverização das lavouras, podendo ser usados para aplicar pesticidas e fertilizantes de forma precisa e eficiente, além de diminuir o desperdício e minimizando o impacto ambiental.

Para o produtor rural, Alessandro Coelho, esses aparelhos vieram como uma tecnologia complementar à pulverização aérea tradicional, oferecendo soluções mais específicas para determinadas situações e ainda fornecer uma visão ampla ao trabalhador do campo, sem que o mesmo precise andar por toda a fazenda.
“Utilizo drones na minha lavoura há dois anos. Enquanto os aviões são essenciais para cobrir grandes áreas rapidamente, os drones permitem uma aplicação mais localizada, com maior precisão e eficiência em áreas menores ou de difícil acesso. Essa complementaridade entre as tecnologias otimiza o manejo e eleva a qualidade das operações no campo”, ressalta o produtor sobre as vantagens dos drones, em entrevista para O Estado.

Ainda segundo o produtor, os drones realizam pulverizações com mais eficiência, operam nos horários ideais, utilizam menos mão de obra e garantem maior segurança para os aplicadores. Para ele, os resultados são positivos e aumentam a produtividade em suas plantações.

“Na minha avaliação, o uso do drone pode aumentar a produção em até 15%, principalmente pela eficiência no controle de pragas, maior precisão na aplicação de insumos e economia de tempo. É uma tecnologia que melhora a produtividade e a sustentabilidade no campo”, conclui Coelho.

Drone vs avião

Alguns drones agrícolas possuem uma utilidade peculiar, pois através de câmeras e outros sensores eles são capazes de monitorar toda a área plantada e ainda capturar informações de geolocalização. O coordenador da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Fernando Nascimento, lembra que os drones são aeronaves não tripuladas e são cada dia mais utilizados na agricultura.

“O seu uso é bastante comum em medição de áreas, levantamentos topográficos e aplicação de produtos fitossanitários. As vantagens são: menor custo, maior precisão da aplicação, menor risco de atingir população de recursos hídricos, menor uso de água e de produto. Inclusive, já tem no mercado empresas especializadas na prestação desses serviços. Sem dúvidas, é uma ferramenta que somente aumentará o uso, pois a tecnologia tem melhorado rapidamente e a capacidade de aplicação aumentado no mesmo ritmo”.

Com 11 anos de experiência, o fundador da Mep Drones, Marcelo Siqueira Lopes, atende cerca de 900 clientes no estado, dos quais mais de 90% são empresas de ligadas ao agronegócio. Lopes explicou à reportagem que os drones não são um “substituto” do avião, mas são complementares. Pois um drone nunca cobrirá uma área que o avião consegue pulverizar em um dia de serviço.

O profissional ainda pontuou algumas vantagens do drone sobre os aviões: “Primeiramente em relação a legislação, hoje para efetuar uma aplicação com avião segundo a legislação vigente, você não pode aplicar a uma distância de 500 metros de uma área populada, com o drone você aplicar com 50m de uma área populada”, comparou.

Outra vantagem é em áreas que tem um índice de umidade muito alto, segundo exemplificou Lopes, “depois de uma chuva, por exemplo, muitas vezes o uniport (pulverizador tipo um trator) e os próprios pulverizadores de arrasto não conseguem passar e atolam, já com o drone você consegue efetuar essa aplicação”.

Ferramenta aceita no Agro

Ainda segundo o proprietário da Mep Drones, o dispositivo tem sido usado em diversas áreas, mas principalmente, como impulsionador no agronegócio. Atualmente ele recebe profissionais da área de topografia, produção audiovisual e recentemente os profissionais do agronegócio, com as aplicações de pulverização. “Hoje 90% da nossa carteira de clientes atuam de alguma maneira ligadas ao agronegócio. Pouco a pouco nosso fluxo de clientes começou a crescer, hoje atendemos cerca de 900 clientes no estado”, destacou Marcelo Lopes.

Outra área que recebeu com um alto índice de aceitação ao uso do drone é a silvicultura, segundo observa Lopes. “Por exemplo, temos clientes que utilizam na aplicação da cana- de- açúcar, minimizando as perdas de topo da cana, tendo um lucro maior do que com a aplicação de avião. Na silvicultura, temos a exemplo a Suzano em Ribas, pulverizada com drone, e para os produtores menores, para eles o drone vem como uma solução que barateia o custo do plantio”, explica.

Lopes finaliza contando sobre a fabricação de um drone de asa fixa que é utilizado para mapear áreas, plantações bem como diversas aplicações de serviços de imagens aéreas. “No final de 2024 fizemos nossa primeira venda internacional para atender uma demanda de uma usina de açúcar e álcool de Angola que precisava de um drone de mapeamento e não encontrou no mercado internacional o rendimento e qualidade que o nosso oferece”.

 

Por Suzi Jarde

 

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