Mato Grosso do Sul se destaca em exportações de carne com crescimento de 17,8%

FOTO: NILSON FIGUEIREDO
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Acompanhando o ritmo do cenário nacional, o Estado é referência em comércio exterior

As exportações de carne bovina e de frango alcançaram recordes históricos em janeiro. De acordo com dados recentes da Abiec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne), o Brasil, líder global em exportações, enviou 209.192 toneladas de carne bovina, gerando uma receita superior a US$ 1 bilhão no primeiro mês do ano. Esse desempenho reflete a continuidade da trajetória de crescimento que marcou todo o ano de 2024.

Comparado a janeiro ao ano anterior, houve um aumento de cerca de 2% no volume e de 11,4% na receita, devido a um preço médio que superou em 9,4% o registrado no mesmo período de 2024. Essa elevação foi verificada em quase todos os principais mercados de destino, atingindo a maior média desde junho de 2023.

Destacando-se no cenário nacional e internacional de exportação, Mato Grosso do Sul apresenta bons números de toneladas exportadas para um início de ano. O presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, destaca que oque faz o Estado se tornar referência mundial em exportação, está associado a sua produção sustentável de carne e pecuária.

“Acredito que o mundo está em busca da produção sustentável de carne e isso Mato Grosso do Sul tem de sobra. Nenhum lugar do mundo praticam uma pecuária preocupada com o meio ambiente, em integrar lavoura, pecuária e floresta com o objetivo de mitigar os gases de efeito estufa e isso o Estado conseguiu, principalmente com investimentos em genética e tecnologias capazes de reduzir o próprio tempo de abate dos bovinos”.

O presidente ainda reforça que especificamente no setor da pecuária, o Estado aumentou em 13,9% o volume de carnes bovinas exportadas, com 20,1 mil toneladas em janeiro deste ano contra 18,1 mil de janeiro do ano passado. Em um faturamento total, os dados apontam para um crescimento de 17,8%, sendo cerca de US$ 87 milhões em janeiro de 2024 para US$ 102,5 milhões. Guilherme Bumlai destaca também que o interesse pelas carnes brasileiras vem crescendo de forma notável, o que se reflete em números impressionantes, com a expectativa de que essa demanda continue a aumentar.

“De fato há uma demanda crescente pelas carnes brasileiras, resultado disso é o crescimento de 12% dos abates em 2024 e de 12,3% nas exportações das carnes bovinas frescas e também da demanda doméstica, que realmente absorve majoritariamente a produção brasileira de proteína animal”.

Análise do especialista

Na visão do economista Sthenio Martins, um dos principais fatores que podem ter impulsionado a exportação no começo do ano pode estar associada ao monitoramento da cadeia produtiva da pecuária. “O mês de janeiro de 2025 foi o melhor mês da série histórica de exportações de carne, principalmente a carne bovina, isso é resultado de alguns fatores como os esforços dos produtores para manter um nível de rastreabilidade na pecuária, além, da negociação para classificar a validade dos produtos comercializados, determinando um prazo ideal para consumo, a fim de manter um bom nível de segurança alimentar”.

Quanto à demanda mundial, o economista ressalta que diversos países têm mantido um fluxo constante de compras da carne brasileira, aliado às variações cambiais que desvalorizaram a moeda nacional e ao estoque de animais, fatores que contribuem para o aumento das receitas das exportações. Para o especialista, a tendência da carne bovina é se manter em crescimento nos próximos anos, impulsionada pela continuidade dessas práticas de qualidade e pelo fortalecimento das parcerias comerciais internacionais.

“O aumento do faturamento é resultado de uma série de fatores, nos quais o Brasil tem se adaptado para atender à crescente demanda por alimentos de alta qualidade e boas práticas de produção. Isso inclui a rastreabilidade dos produtos, o que valoriza a carne brasileira em diversos mercados e a torna mais competitiva no cenário global”.

Já no cenário da exportação de frango, Sthenio afirma que irá se manter com um procura elevada, mas que o avanço da produção pode gerar impactos negativos ao longo dos meses. “A demanda global pela carne de frango deve se manter forte, incluindo o avanço do México que renovou os programas de segurança alimentar no país e que deve, diante disso, comprar carne do Brasil. No entanto, algumas variáveis podem impactar negativamente a receita nas exportações brasileiras, como o avanço da produção capaz de gerar um aumento na oferta de carne de frango, resultando em possíveis pressões sobre os preços e margens dos produtores”.

Relações comerciais

No total, foram exportadas 209.192 toneladas de carne bovina para 114 países, gerando uma receita de US$ 1,002 bilhão, o que mantém a trajetória de crescimento observada ao longo de todo o ano de 2024. As exportações para a China, o principal mercado para a carne bovina brasileira, apresentaram uma leve queda em relação ao mês anterior e a janeiro de 2024, somando 92.797 toneladas, com um faturamento de US$ 452 milhões.

Já os Estados Unidos, que ocupam a segunda posição entre os compradores do produto, importaram 18.974 toneladas, resultando em uma receita de US$ 106,6 milhões, o que representa uma diminuição de cerca de 8,5% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em contrapartida, a União Europeia registrou um aumento nas importações de 82,6% em relação ao mês de dezembro, totalizando 9.270 toneladas e movimentando US$ 69,7 milhões. Outro destaque importante do mês foi a Argélia, que apresentou um crescimento impressionante de 204% no volume de importações, alcançando 8.059 toneladas e uma receita de US$ 42,9 milhões.

Por João Buchara

 

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