PIB de MS só não será maior devido às altas da inflação e do dólar

Foto: Divulgação
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A estimativa é que a economia Sul-mato-grossense cresça 4,4% neste ano, mesmo com as barreiras

Mato Grosso do Sul está cotado para ser um dos estados com maior impacto no PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil. Enquanto o índice que calcula o conjunto de bens e serviços produzidos no país é de crescimento de 2,2%, segundo estimativas do relatório Perspectivas Econômicas Globais do Banco Mundial. Com melhores resultados, a economia sul-mato-grossense tende a crescer 4,4% – desenvolvimento que poderia ser maior, se não fosse a alta da inflação e os recordes que o dólar vem acumulando.

De acordo com a economista e consultora em política agrícola, Renata Farias, Mato Grosso do Sul tem apresentado uma economia em pleno desenvolvimento, impulsionado pelo crescimento do agronegócio e inovação tecnológica. Entretanto, o cenário econômico atual tem refletido no poder de compra do brasileiro, e a inflação é um dos indicadores econômicos que tem atingido em cheio o bolso da população.

“O crescimento só não será maior pois estamos enfrentando um cenário de inflação elevada e o dólar fortemente valorizado. A alta na taxa de juros com Selic em 13,25% atrai investidores externos para o país, porém dificulta o acesso ao crédito no mercado interno. Esse investimento direto estrangeiro traz benefícios tecnológicos e econômicos no desenvolvimento do estado”, explica a especialista financeira.

Para reduzir a inflação, as autoridades monetárias do BC (Banco Central) buscam aumentar o juros que por sua vez dificulta o acesso ao crédito, segundo esclareceu Farias. “É um ciclo vicioso para o consumidor interno mediante comercialização com regime cambial distinto. Por exemplo, se não tivéssemos inflação, todo o aumento seria apenas valorização e ganho. Como temos inflação, significa que seu dinheiro perde valor ao longo do tempo, e agora você precisa desembolsar ainda mais para comprar o mesmo”, ponderou.

A economista cita outra situação, do ponto de vista do investidor. Por exemplo, se uma pessoa adquirir uma casa hoje, ao longo de 10 anos este mesmo imóvel estará mais valorizado. Porque o valor foi inflacionado. “Então o mercado sempre tem dois lados como se fosse comprador x vendedor”, conclui a economista.

Analistas consultados pelo BC passaram a ver uma inflação ligeiramente mais alta para 2025 e 2026, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (3). As projeções para Selic, PIB e a cotação do dólar foram mantidas em ambos os períodos. O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) agora é de alta de 5,51% ao fim deste ano. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,28%, de 4,22% anteriormente.

Dólar
Os mercados acionários globais registraram queda nesta segunda-feira (3), enquanto o dólar se valorizou, após investidores avaliarem o impacto das novas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre a economia americana e seus principais parceiros comerciais. Às 15h29, o dólar à vista operava em queda de 0,25%, aos R$ 5,822 na compra e R$ 5,823 na venda.

No mercado de câmbio, o dólar subiu 0,6% em relação a uma cesta de moedas. Trump havia anunciado tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, no sábado (1º) e provocou reações e retaliações dos parceiros comerciais. No entanto, na segunda-feira (03), os Estados Unidos decidiu suspender por um mês as tarifas de 25% que haviam anunciado para importações do México.

O anúncio foi feito pela presidente mexicana Claudia Sheinbaum no X (ex-Twitter). “Tivemos uma boa conversa com o presidente Trump, com muito respeito à nossa relação e soberania”, escreveu ela. A moeda norte-americana, que chegou a disparar para R$ 5,902 (+1,14%) na máxima da sessão, estava em queda de 0,22% às 14h22, cotada a R$ 5,822.

Por Suzi Jarde

 

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