Doenças “pós-férias” elevam a taxa de ocupação de leitos em hospitais da rede particular

FOTO: VALENTIN MANIERI
FOTO: VALENTIN MANIERI

Vírus da gripe e outros agentes respiratórios, além de infecções intestinais, são comuns neste período sazonal

O início do ano tem sido marcado na Capital pelo aumento de casos de arboviroses e viroses tidas pelos órgãos de saúde como típicas do período sazonal. Uma leitora do Jornal O Estado relatou a dificuldade encontrada para obter atendimento médico em uma unidade particular nesta semana e a reportagem constatou que a alta demanda por atendimento se devem às doenças “pós-férias” e as especialidades.

Atualmente, o Hospital Cassems de Campo Grande encontra-se com sua usual taxa de ocupação alta. Conforme a unidade, a sobrecarga é devida a doenças relacionadas à neurologia, cardiologia e clínica médica. A unidade, porém, afirma que está com equipes preparadas para lidar com a demanda da população. “A taxa de ocupação do hospital pode oscilar de acordo com a sazonalidade e as equipes estão preparadas para quaisquer mudanças”, explica em nota.

Além da Cassems, a unidade da Unimed alerta para o aumento de infecções respiratórias e gastroenterites. Devido ao período pós-férias outras doenças podem se propagar com mais facilidade, entre elas estão as infecções respiratórias: vírus como o da gripe, resfriados comuns e outros agentes respiratórios, por exemplo, podem se espalhar mais facilmente em ambientes com grande número de pessoas.

Outra infecção citada são as gastroenterites virais, que podem ser transmitidas com mais facilidade em escolas e locais de trabalho devido à proximidade entre as pessoas e à falta de cuidados com higiene.

Segundo a pediatra da Unimed, Dra. Kamilla Moussa, o retorno ao trabalho e às aulas, o famigerado pós-férias “pode, sim, ter impacto na transmissão de doenças, especialmente devido ao aumento de aglomerações e ao compartilhamento de ambientes fechados, como escolas e escritórios”, explica.

Alerta para risco de surtos de dengue 3

A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) emitiu alerta epidemiológico sobre o risco elevado de surtos de dengue tipo 3 nas Américas. De acordo com a entidade, a circulação do sorotipo já foi registrada em diversos países do continente – incluindo Brasil, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru.

“A Opas pede aos países que reforcem sua vigilância, o diagnóstico precoce e a gestão clínica para que possam enfrentar um potencial aumento de casos de dengue”, destacou a organização, em nota. O comunicado cita ainda que a Argentina chegou a registrar alguns casos de dengue tipo 3 em 2024.

Ainda de acordo com a entidade, o sorotipo 3 vem sendo associado a formas graves da doença, mesmo em infecções primárias (quando o paciente não possui histórico de infecções por outros sorotipos da dengue). “O cenário levanta preocupações sobre o potencial impacto do sorotipo 3 na saúde pública”.

Na Capital, até o momento, foi registrado um caso autóctone e outro importado já confirmados de dengue 3. Segundo a secretária municipal de Saúde, Dra. Rosana Leite, a Sesau tem realizado ações com agentes e mutirões para prevenir os casos.

Conforme noticiado em O Estado na publicação do dia primeiro, embora o município de Três Lagoas tenha sido o primeiro a confirmar três infecções dessa cepa, o aumento de casos em diversas cidades está sendo monitorado com atenção pelas autoridades de saúde do Estado. O sorotipo, que não circulava na região há mais de 15 anos, é uma preocupação devido à alta suscetibilidade da população.

De acordo com dados do Setor de Endemias da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) de Três Lagoas, o aumento no número de casos de dengue foi notável em janeiro de 2025. Foram registrados 98 casos, um aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2024, sendo 8 deles confirmados.

Já o Ministério da Saúde informou que, em 2024, foram registrados 12 casos de dengue tipo 3 no Estado, e até o momento, em 2025, já foram identificados seis novos casos.

Até a publicação desta matéria, 708 casos prováveis de dengue foram identificados em Mato Grosso do Sul, de acordo com o último boletim epidemiológico. Sendo eles, 204 foram confirmados.

Jornal O Estado Impresso

 

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