Orçamento do próximo ano prevê salário de R$ 1.421
Orçamento previsto para 2024, prevê pagar, ao trabalhador brasileiro, um salário- -mínimo de R$ 1.421. Apesar do aumento de R$ 101, ele ainda é quatro vezes menor que o ideal. Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em agosto, o salário-mínimo necessário para a manutenção de uma família com quatro pessoas deveria ser de R$ 6.389,72.
O economista Marcio Coutinho explica o cenário de um cidadão que vive com um salário-mínimo.
“Realmente, R$ 101 a mais no salário-mínimo é pouco. A pessoa que vive com um salário-mínimo precisa saber fazer escolhas com sabedoria, principalmente quanto ao que está gastando. Entendo também que um dos principais gastos de uma pessoa, algumas coisas ela não consegue fugir, como a alimentação. Mas na alimentação ela consegue fazer substituições, se o preço da carne subiu, deixa de consumir carne e busca consumir outro tipo de proteína”, exemplifica.
“Se parar para pensar, esse aumento de R$ 1.421, em relação ao salário de hoje (R$ 1.320) repõe a inflação e tem um pequeno ganho real. Um aumento de aproximadamente 7%. Obviamente, existe uma nova política de remuneração do salário-mínimo, que é a inflação mais a variação do PIB, de alguns anos”, finaliza o especialista.
Ainda que com reajuste, há trabalhador que não ficou contente com essa previsão de aumento. Como disse Leonardo Victório Padilha, de 31 anos, que trabalha como motorista “É uma vergonha esse aumento. O atual, de R$ 1.320, mal dá para sobreviver. É aquela velha história: aumenta aqui, mas aumenta outras coisas. O que se compra, hoje em dia, com R$ 100 a mais?”, questiona o trabalhador.
Como se chegou aos R$ 1.421?
Previsto para ser o novo salário-mínimo em 2024, os R$ 1.421 foi calculado por meio da nova regra de correção do atual governo. O projeto da Lei Orçamentária de 2024 foi enviado no dia 31 de agosto ao Congresso, o que representa R$ 32 mais alto que o valor de R$ 1.389, proposto na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).
A informação foi divulgada pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, durante uma coletiva de imprensa, em que também estava presente o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O aumento proposto corresponde a um acréscimo de 7,7% em relação ao salário- -mínimo do início de 2023.
Conforme a Agência da Câmara, o valor do salário- -mínimo é uma projeção porque ainda depende da variação anual do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) até novembro, acrescido do crescimento do PIB em 2022, que foi de 2,9%. Segundo os técnicos, não há previsão de reajuste no projeto para a tabela do Imposto de Renda e para os pagamentos de benefícios do Bolsa Família.
Por Suzi Jarde – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.
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