‘É um espaço que diz muito, pois carrega uma forte identidade da nossa origem’, diz o presidente do local
Fazendo parte da cultura e história de Campo Grande, o Mercadão Municipal Antônio Valente foi inaugurado em 30 de setembro de 1958. Situado na região central, neste ano, o mercado mais famoso da Capital completa 65 anos e não poderia ficar de fora deste especial, em comemoração aos 124 anos de Campo Grande.
O nome do “mercadão” vem do antigo proprietário da área que doou o terreno para a instalação permanente do mercado. A história se iniciou com uma feira livre, que existia na área entre as ruas 15 de Novembro e 26 de Agosto, no centro da cidade. À época, a maior feira livre de Campo Grande margeava os trilhos da ferrovia Noroeste do Brasil.
Quem reviveu os momentos mais marcantes do espaço, com a reportagem, foi o presidente do Mercadão, Cleuber Linares. “Acompanhei boa parte do crescimento desse lugar, mesmo antes de estar à frente de sua gestão. É um espaço que diz muito sobre o nosso Estado, nossa Capital, pois carrega uma forte identidade da nossa origem. O Mercadão tem um papel fundamental para Campo Grande e é por isso que devemos cuidar e preservar, sempre”, disse ele, que está há mais de 20 anos na gestão do mercado.
Buscando inovar sem perder a originalidade e tradição, o local possui projetos que visam expandir o prédio, a fim de acompanhar o crescimento de Campo Grande, e assim melhor receber os conterrâneos e turistas que por ali passam, diariamente. Mas, por enquanto, os projetos estão apenas no papel.
“É certo que o Mercadão ficou pequeno para tanta demanda, isso já vem de alguns anos. Isso porque ele foi projetado quando nossa Cidade Morena tinha 130 mil habitantes. Hoje, vemos que o cenário é bem maior, estamos caminhando para o um milhão de pessoas, e o espaço ainda é o mesmo. De segunda a quinta-feira passam, aproximadamente, 3,5 mil pessoas, enquanto aos finais de semana, chegamos a receber de cinco a seis mil pessoas. A ideia é crescer, mas depende de diversos fatores logísticos”, pontuou.
Produtos típicos
Participante da história da Capital, há anos o Mercadão ficou conhecido pelos campo-grandenses por oferecer produtos típicos: queijo caipira, peixes, ervas de tereré, ervas medicinais, doces caseiros, verduras, cereais, artesanato, carnes, produtos para lida no campo, calçados, pastéis e lanches em geral, além de produtos comercializados pelos indígenas da região.
Considerado um “patrimônio cultural” do Mercado Municipal de Campo Grande, o comerciante Manoel Bento Martins, 70, tem orgulho de sua trajetória com o Mercadão. Ele, que está desde o começo de tudo, carrega boas lembranças e cada detalhe envolvendo o espaço, inclusive a estética antiga. Isso porque seu box é o único ainda conservado com as prateleiras originais, de madeira.
“Tem muito tempo que estou aqui. Só eu que tenho essas prateleiras. Isso tem 60 anos, ninguém tem. Quando a prefeitura entregou, era tudo assim”, disse ele, que comercializa de tudo um pouco.
Por Brenda Leitte.
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