Maioria dos vereadores defende a criação de centro pediátrico de forma emergencial

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Apesar da medida ser importante, parlamentares reafirmam a necessidade do hospital municipal

Desde a volta às aulas, Campo Grande vem enfrentando, nas últimas semanas, uma superlotação nas unidades de saúde, devido a problemas respiratórios, em crianças. Atualmente, a ocupação das vagas está em 90%, segundo informado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).

O aumento de atendimentos chegou a 30% nos últimos dias, conforme a pasta. Entre o diagnóstico está tosse, dificuldade para respirar e febre. Ao jornal O Estado, o secretário municipal de Saúde, Sandro Benites, informou sobre a necessidade de compra de leitos públicos, já que existem 40 crianças na fila para internação.

Durante entrevista, Benites voltou a defender que a cidade tenha um centro pediátrico, estrutura que já funcionou no antigo hospital El Kadri, na avenida Afonso Pena, de 2014 a 2015.

“Estive nas unidades 24 horas, no último fim de semana, e eu vi um cenário muito próximo do que vivemos na pandemia da covid-19, mas com crianças e bebês. Fomos buscar auxílio nas redes privadas e muitas delas estão enfrentando superlotação, também. A solução mais viável seria a criação de um centro pediátrico, para coibir os altos números. Já tivemos um local assim na Capital que, infelizmente, não deu certo, na época. Mas agora, com outro olhar, outra administração, podemos fazer dar certo”, defendeu o secretário.

A Sesau não informou o custo atualizado de um centro pediátrico, contudo, este foi o entrave entre a prefeitura e o hospital, quando o então prefeito Alcides Bernal encerrou o contrato em 2015, alegando prejuízo de R$ 9,6 milhões para manutenção da unidade específica para criança, valor considerado acima da demanda.

O jornal O Estado ouviu 24 dos 29 vereadores sobre a volta do centro pediátrico em Campo Grande, dentre os quais mais da metade são a favor da criação de um. No entanto, a questão da instalação de um hospital municipal também foi defendida pela maioria, que fez menção ao assunto.

O presidente da Câmara, vereador Carlão (PSB), afirmou que já destinou emendas para serem aplicadas na criação de um hospital pediátrico e, ainda, que a Casa de Leis está à disposição, para ajudar. “Já coloquei à disposição o dinheiro, que fazemos a devolução, que é um dinheiro que não pode ser carimbado, mas podemos dar indicação de onde ele pode ser aplicado. Além disso, a Câmara também ajudará. Na minha opinião, com certeza, essa alternativa vai diminuir as superlotações, isso porque, muitas vezes, os pais ficam sem saber o que fazer, procurando pediatra para os filhos, mas estariam todos no centro pediátrico”, salientou.

Na visão do líder da prefeita Adriane Lopes, o vereador Beto Avelar (PSD), os parlamentares precisam verificar as condições para criar esse centro e ele fez uma ressalva sobre a localização da possível unidade. “Acho válida essa unidade, para controlar os casos de saúde das crianças, mas não sei se seria interessante em um local apenas, pois, como ficariam as famílias que moram longe da região central? Tudo isso precisamos ver, mas seria bem-vindo, neste momento, sim.”

Em contrapartida, o vereador e maior opositor da atual prefeita da Capital, Tabosa (PDT), disse que é a favor, levando em consideração que o problema precisa ser resolvido. “Esperar ter um caos para resolver sai mais caro, ou seja, se fizer as contas da emergência e que poderíamos pagar um valor X, será pago o dobro, nesse caso.”

O vereador e sobrinho do ex-prefeito Marquinhos Trad, Otávio Trad (PSD), lembrou de quando Campo Grande teve um hospital para crianças. “Na época, auxiliou muito a população, mas, além de criar é necessário mantê-lo. Nossas crianças precisam desse espaço e cuidado, mas não dá para criar agora e largar mão mais pra frente, como já ocorreu antes”, ponderou o parlamentar.

O vice-presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, médico e vereador Dr. Loester (MDB), defendeu firmemente a criação do hospital da criança. “Lutamos muito por isso e conseguimos, há alguns anos e, naquela época, foi a melhor coisa que aconteceu para as mães, porque elas não ficavam perdidas com os filhos doentes, pelo contrário. Iam diretamente onde sabiam que os problemas seriam resolvidos”, disse.

Fala povo

Foto: Divulgação

Por Brenda Leitte e Tamires Santana – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul

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