Pediatra alerta sobre Síndromes Respiratórias Graves em crianças

Fotos: Nilson Figueiredo
Fotos: Nilson Figueiredo

Campo Grande enfrenta uma epidemia de doenças respiratórias, que atingem principalmente as crianças. A classificação da crise que lota unidades de saúde, hospitais da rede pública e até privada em epidemia foi feita pelo secretário municipal de Saúde, Dr. Sandro Benites, ainda no mês de março. À época, para conter a pressão no sistema público, a prefeitura adotou medidas emergenciais, como compra de leitos privados e liberação de consultas pediátricas sem agendamento, nas unidades básicas de saúde da Capital.

Com a chegada do frio, e o inverno se aproximando, a tendência é o cenário das síndromes respiratórias se agravarem. Ao jornal O Estado, a pediatra, Dra. Paola Stella Wanderley de Oliveira, comentou sobre a situação atual, envolvendo o VSR (Vírus Sincicial Respiratório) e a influenza. “O VSR é um dos principais agentes de infecções agudas nas vias respiratórias. Geralmente, é responsável pelo aparecimento de bronquiolite aguda e pneumonia, especialmente em bebês prematuros e em crianças, nos primeiros anos de vida. O vírus sincicial respiratório é transmitido de uma criança infectada pelas secreções do nariz ou da boca, por contato direto ou gotículas. O período de maior contágio é nos primeiros dias da infecção. O período de incubação de VSR varia de dois a oito dias, normalmente de quatro a seis dias”, detalhou a coordenadora da Linha Pediátrica do Hospital Santa Casa de Campo Grande.

 Segundo a médica, epidemias anuais, normalmente, ocorrem durante o inverno e início da primavera. No entanto, o quadro agravante já foi percebido, no início do ano. “Temos percebido um aumento importante nos casos de infecções virais, desde o início do ano. E agora, com a chegada no inverno, é algo que devemos dar atenção, pois geralmente o número de casos aumenta nessas estações. Mas digo que estamos longe de uma ‘pandemia da influenza’”.

Conforme a pediatra, atualmente, o que mais está atingindo as crianças na Capital é o VSR. Porém, os casos de influenza B também têm aumentado, consideravelmente. “Os pacientes imunodeprimidos ou imunossuprimidos têm maior risco de infecção e maior risco de gravidade. Mas o paciente previamente hígido também tem riscos de contaminação”, ressaltou.

Orientando os pais, a Dra. Paola Stella citou alguns dos cuidados necessários com as crianças, diante ao aumento de casos respiratórios. “A higiene adequada é de suma importância. Assim como a lavagem das mãos, lavagem nasal diariamente, alimentação adequada.

Além de evitar ambientes fechados e de aglomeração, principalmente em relação a crianças menores de 1 ano. Pais também precisam se atentar quanto à vacinação e manter o calendário vacinal em dia”, reforçou a médica.

CASOS ESTÁVEIS

À reportagem, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que os casos de influenza estão estáveis, em Campo Grande, evidentemente distante de um cenário pandêmico. “Hoje, o maior número de notificações, sobretudo em crianças, continua sendo do VSR, o Vírus Sincicial Respiratório. As manifestações que estão ocorrendo de influenza são pontuais. Neste ano, a Capital registrou 1.397 casos de SRAG (Síndromes Respiratórias Agudas Graves). Destes, 473 foram não especificados e 342 VSR. De influenza B foram 55 casos e influenza A, 16.”

VACINAÇÃO

A vacina de influenza está disponível para toda a população de Mato Grosso do Sul, após liberação da SES (Secretaria de Estado de Saúde) e Cosems (Conselho de Secretarias Municipais de Saúde). A decisão considerou o crescimento dos registros dos casos de gripe e de doenças de transmissão respiratória, desde janeiro deste ano. 

Neste sábado (20), será realizado o “Dia D” da vacinação em todo o Estado. Em Campo Grande, ocorrerá em frente ao Quartel do Corpo de Bombeiros Militar, localizado na avenida do Poeta, no Parque dos Poderes.

 

Por Brenda Leitte – Jornal O Estado de Mato Grosso do Sul.

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