O envelhecimento diminui as defesas do organismo e a vacinação é essencial para prevenir contra infecções graves, complicações, hospitalizações e mortes
Embora a preocupação da vez seja o coronavírus, outro vírus preocupa os médicos e profissionais da saúde, principalmente os que trabalham diretamente com os idosos. Estamos falando da gripe H1N1. A campanha de vacinação contra a doença este ano começou mais cedo, no dia 23 de março, um mês antes do que no ano anterior. Isso porque há indícios de que o vírus influenza começou a circular mais cedo.
E, assim como estão no grupo de risco para a Covid-19, os idosos sofrem mais as consequências da gripe. A diferença crucial nessa história é que existe vacina contra a gripe. E por que é indicado tomá-la todos os anos?
De acordo com a pneumologista e professora do curso de medicina da Uniderp, Ana Maria Campos Marques, o envelhecimento diminui as defesas do organismo e a vacina os protege da gripe, que dependendo da gravidade pode levar a óbito.
“Os idosos constituem um grupo de risco, pois são na maioria das vezes portadores de doenças cardiovasculares, diabetes, doenças pulmonares. Nesse momento da pandemia pela Covid-19, com uma doença que agride primeiramente o aparelho respiratório sendo os idosos o grupo de maior risco, protegê-los de uma doença respiratória viral que tem vacina é mais um importante motivo para que todos os idosos se vacinem contra a gripe”, revela a médica especialista.
A vacinação é essencial para prevenir infecções graves, complicações, hospitalizações e mortes decorrentes da gripe. Isso é especialmente importante entre os grupos de alto risco, como os idosos.
“O papel da vacinação é impedir que os idosos adoeçam pela gripe, pois o idoso tem maior risco de evoluir gravemente e ter complicações decorrentes da doença. A mais temida seria a pneumonia, responsável por óbitos entre idosos”, revela a pneumologista.
Não é preciso ter medo da imunização. As vacinas contra a gripe contêm vírus mortos, ou seja, eles não podem causar a doença. Geralmente são bem toleradas e seguras em idosos. Eventos adversos graves e clinicamente importantes são raros. “As reações comuns à vacina incluem falta de apetite, irritabilidade, dor de cabeça, reações no local da aplicação como por exemplo, dor, vermelhidão, e mal-estar”, alerta a médica.
O momento ideal para a vacinação é antes que a temperatura baixe, período em que aumenta a circulação do vírus. A gripe é uma doença do outono-inverno. Em tempos de coronavírus, manter o calendário de vacinação em dia é crucial para deixar o corpo protegido.
“Devemos orientar que a vacina só traz benefícios, impede o adoecimento pelo vírus da gripe, que os possíveis efeitos colaterais são brandos e que as complicações de uma gripe que são graves”, conclui.
Medidas de prevenção
Além da vacinação, é recomendado que a população adote medidas preventivas que são eficazes na redução do risco de adquirir, ou transmitir doenças respiratórias, especialmente as de grande infectividade, como o vírus da gripe.
Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel, principalmente antes de consumir algum alimento;
Utilize lenço descartável para higiene nasal;
Cubra o nariz e boca ao espirrar ou tossir;
Evite tocar mucosas de olhos, nariz e boca;
Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas;
Mantenha os ambientes bem ventilados;
Evite contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas de gripe;
Evite sair de casa em período de transmissão da doença;
Evite aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados);
Adote hábitos saudáveis, como alimentação balanceada e ingestão de líquidos;
IMPORTANTE:
Pessoas que apresentem sintomas de gripe devem evitar sair de casa em período de transmissão da doença, podendo ser por um período de até 7 dias após o início dos sintomas. Orientar o afastamento temporário do trabalho, escola etc. Até 24 horas após cessar a febre sem a utilização de medicamento antitérmico.
(Texto: Bruna Marques)